Seminário Internacional reúne autoridades e sociedade civil para traçar estratégias de combate à miséria no DF.
“A capital do Brasil não pode ter fome nem desigualdade social”, disse, emocionado, o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, na cerimônia de abertura do Seminário Internacional O desenvolvimento humano de Brasília e os objetivos do milênio. O evento aconteceu nos dias 15 e 16/06, no Centro de Convenções Ulisses Guimarães e reuniu representantes de organizações nacionais e internacionais de Direitos Humanos, autoridades governamentais, membros dos órgãos de governo e de entidades da sociedade civil organizada.
Idealizado pelo GDF, Secretaria de Estado de Planejamento e Orçamento (Seplan) e Companhia de Planejamento do DF (Codeplan), o Seminário Internacional consistiu em uma tentativa do governo local de seguir as diretrizes de combate à miséria do Movimento Brasil Sem Pobreza, do Governo Federal, lançado há poucos dias pela presidenta Dilma Rousseff. “Nós queremos rasgar a palavra pobreza do nosso dicionário”, destacou o presidente da Codeplan, Miguel Lucena.
O ministro chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, enfatizou o pioneirismo do Brasil no combate à pobreza, com programas que são referência mundial e enumerou os principais obstáculos a serem superados. “O nosso inimigo não é mais externo, porque nosso país se destacou internacionalmente e conseguiu sua autonomia. Hoje, os nossos maiores inimigos são internos: a desigualdade social e a miséria que assolam o Brasil. É isso que devemos enfrentar sem medir esforços”.
Agnelo destacou as principais metas que vão ser adotadas pelo DF durante o plano regional de enfrentamento da miséria. Universalizar o ensino integral no Distrito Federal, investir no ensino técnico, combater a mortalidade infantil, erradicar o analfabetismo, trabalhar para o crescimento sustentável e planejado das cidades e assegurar o acesso aos serviços públicos para todas as pessoas foram as principais metas citadas pelo governador.
Para combater a miséria, tanto Governo Federal quanto Distrital pretendem seguir à risca as recomendações da Agenda do Milênio, que determina oito objetivos a serem cumpridos. São eles: 1. Acabar com a Fome e a Miséria; 2. Atingir o Ensino Básico Universal; 3. Igualdade de Gênero e Valorização da Mulher; 4. Reduzir a Mortalidade Infantil; 5. Reduzir a Mortalidade Materna; 6. Combater a Aids, a Malária e Outras Doenças; 7. Garantir Qualidade de Vida e Sustentabilidade Ambiental e 8. Estabelecer uma Parceria Mundial para o Desenvolvimento.
“Os objetivos do milênio devem ser perseguidos por todos os países. Esse deve ser um esforço universal, porque todas as pessoas, independente de sua origem, tem direito à dignidade”, declarou o representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) no Brasil, Jorge Chediek. Ele afirmou ainda que o Brasil tem sido referência mundial no que diz respeito ao combate à miséria. “Esse país assumiu um compromisso moral e ético com a humanidade ao decidir acabar com a fome. O Brasil é um exemplo a ser seguido”.
Durante os dois dias de seminário, pesquisadores e especialistas brasileiros e estrangeiros apresentaram estatísticas e propostas dentro de cada um dos oito Objetivos da Agenda do Milênio. Ao final de cada painel, os presentes podiam fazer perguntas aos palestrantes. No último dia de evento, o representante da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) no Brasil, Hélder Muteia, traçou um mapa da fome no mundo.
O membro do Movimento Brasil Sem Pobreza, Ulisses Riedel, lembrou a importância do desenvolvimento humano. “A sociedade não vai se desenvolver enquanto tivermos pessoas vivendo na mais absoluta indignidade. É preciso assegurar qualidade de vida e universalizar o acesso aos serviços públicos para vivermos em uma nação justa, livre e igualitária”.
Números da miséria segundo a FAO
A cada seis pessoas do mundo, uma passa fome;
A cada cinco segundos, uma criança morre de fome no mundo;
África Subsaariana e Ásia abrigam o maior número de miseráveis do mundo;
2 bilhões de pessoas não têm acesso à água potável no mundo.
Por Gizele Chaves
Fotos: Paulla Carvalho
Por Gizele Chaves
Fotos: Paulla Carvalho
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