Assembleia que definirá se bombeiros e policiais militares cruzam os braços será às 20h desta quarta-feira (15), na Praça do Relógio, em Taguatinga; Autoridades do Executivo local e federal agem nos bastidores para desarticular movimento.
Natalia Emerich _Brasília247
Bombeiros e policiais militares do Distrito Federal se reúnem na noite desta quarta-feira (15), na Praça do Relógio, em Taguatinga, para decidir se será decretada greve às vésperas do carnaval, o que pode comprometer a segurança da população, a exemplo do que ocorreu na Bahia e no Rio de Janeiro. O Comando Geral da Polícia Militar descartou possibilidade de paralisação, mas alguns militares não estão levando a orientação à risca. O que está movimentando os bastidores da cúpula dos governos local e federal, que agem para impedir o caos.
Na terça-feira (14), o general José Elito Carvalho Siqueira, chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, se reuniu com o governador Agnelo Queiroz e com outras autoridades locais no Palácio do Buriti. Segundo a coluna de Eduardo Brito de hoje, a ordem é não deixar acontecer na capital o mesmo do que houve em outras unidades da Federação.
Interlocutores do Planalto prometem “jogar duro” com os grevistas em caso de motins. O governador do DF está otimista com o quadro, mas também prometeu não dar brecha para violência. “Nossa polícia não vai cair em aventura estimulada por alguns provocadores, como ocorreu na Bahia e no Rio”, teria Agnelo afirmado ao general Elito. O chefe do gabinete de Segurança do Planalto diz ter informações de que a PMDF não pretende cometer exageros.
De fato, a categoria parece estar se prevenindo para evitar transtornos. Na assembleia geral marcada para esta quarta-feira, os militares adotaram medidas para não prejudicar a imagem da categoria. Entre elas, estão orientações para que os manifestantes não levem bebidas alcoólicas e nem bebam antes do encontro para não alterar o estado de consciência na hora do debate; que estejam desarmados e sem farda e que levem alimentos não-perecíveis destinados à doação.
A categoria reivindica reposição salarial de 52%, com base no vencimento do subtenente; reajuste do auxílio alimentação para R$ 800, a mesma quantia paga aos servidores da Câmara Legislativa; auxílio transporte, que está em tramitação na Casa desde 2010, além da gratificação de serviço militar, adicional de inatividade e reajuste por gratificação ao serviço voluntário.
Atualmente aproximadamente 24 mil militares atuam nas ruas do DF. Os PMs têm os maiores salários do País. Recebem cerca de R$ 4,5 mil. Apesar de exigirem melhorias salariais, o governador adiantou que não é possível reajustar os vencimentos.
Na coluna do jornalista Eduardo Brito, Agnelo afirma que “há uma série de outras medidas de valorização e melhorias para Polícia Militar e Corpo de Bombeiros”. Entre elas, segundo ele, estão o pagamento de benefícios atrasados desde 2005 que somavam mais de R$ 20 milhões e a promoção de 2.850 policiais.
Campanha salarial
O calendário de atos reivindicatórios não se limita aos militares. De acordo com o blog Rede Democrática PMDF , onde os policiais divulgam notas diariamente, cerca de 30 centrais sindicais, funcionários do Executivo, do Legislativo e do Judiciário, devem começar a campanha salarial 2012 até conseguirem propostas concretas de melhorias.
“A estimativa é de que, hoje, 2 mil pessoas participem da mobilização na Esplanada dos Ministérios. Contudo, para a marcha nacional marcada para 28 de março, a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) espera reunir 15 mil manifestantes. Tanta revolta resulta da percepção de que a presidente da República Dilma Rousseff está mesmo disposta a arcar com o custo político de bater de frente com o funcionalismo.”, diz trecho de post publicado nesta quarta-feira.
A publicação enfatiza ainda que os servidores já avisaram que, se as negociações não avançarem em 90 dias, eles vão radicalizar e trabalhar para realizar uma greve geral.
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